quarta-feira, 5 de março de 2008

Dia 01

Vamos por tópicos e sem revisão:

Acordei achando que tinha perdido o avião. Não tinha. Mas nada como pular da cama pirado e sair correndo pela sala da televisão, pelos corredores dos quartos, pela sala do móvel preto, pela outra sala até chegar na cozinha e ver que estava dentro da hora. Certo, por que não olhei pro celular que tava do lado da cama? Realmente não sei. Talvez só pra poder começar o dia com alguns segundos de tensão.

No avião pro Rio fui lendo aquela revista 'Discutindo Literatura'. Depois falo melhor o que achei dessa revista, quero até comentar matéria por matéria, mas por ora adianto que não gostei do que li e dificilmente irei comprar outra edição. Entretanto nas partes mais desprezadas da publicação encontrei algumas notas interessantes:

  • a primeira se referia a um divã literário realizado pela Biblioteca Pública de Santiago, no Chile onde o paciente passa por toda uma sessão de terapia e, de acordo com o que fala, tem um livro especialmente receitado ao final. Juro que eu até ia numa terapia dessas... podia rolar com filmes e discos também. Terapia Cultural (ou Multicultural) - é muito a cara de Recife isso;
  • o segundo era a divulgação de mais de 190 podcasts - exatamente 191 - do programa "Brasil e a Integração com a Literatura Latino-Americana" que tem um nome bem auto-explicativo né? Óbvio que não escutei ainda nada, mas pela geral que dei - apesar dos nomes canônicos demais - tem muito material online de análise. É apenas uma dica, mas uma dica massa, afinal acho que o meio literário está demorando um pouco a usar todo potencial da tecnologia ao seu favor;
  • A última nota legal era a também divulgação da revista Grap - Grafismo e Poesia (também bem auto-explicativo). A capa me chamou a atenção... e só adiantando, pra pedir uma cópia é preciso mandar um e-mail pra grap@unikamedia.com Não garanto que ainda tenham cópias (ou que enviem para qualquer lugar do país), pois além da edição ser de dezembro de 2007, ela foi viabilizada através de um programa que só financia o primeiro suspiro da iniciativa. A partir da publicação não há uma segunda parcela, de modo que o pessoal tem que correr atrás de patrocínio com esse 'portfólio' nas mãos. Vou até procurar saber se eles conseguiram.
Cheguei no Rio pra fazer a conexão para São Paulo. Pensei cheio preconceito "hora de explodir os tímpanos e aguçar a visão". A ponte aérea é realmente um dos vôos mais insuportáveis apesar da curta duração. Imagine-se trancado a mais de sei lá quantos metros de altura com um monte de cariocas falando, falando, falando e como se isso não bastasse, ainda pousar em Congonhas - com a aeronave balançando e tudo - sob a nóia geral do 'vamos morrer'. Quase que eu grito o refrão implícito. Mas o bizarro de verdade foi que eu desci do avião para trocar de aeronave, fiz todo procedimento de embarque novamente para chegar no? no? no mesmo avião - com as aeromoças falando as mesmas frases . Deu vontade de apertar o botão e ver se saia uma fita de dentro delas.

Como tenho que ir só vou contar até quando cheguei no hotel, deitei na cama e pedi um Beirute de frango. Dez minutos depois toca o telefone: a mulher do serviço.

- Senhor, errr... o pão sírio está em falta.

- Certo. E agora?

- Agora o senhor pode escolher outro pão.

- Outro pão?

- É. Pão bola ou pão de forma.

- Tem certeza que isso vai continuar sendo um Beirute?

- É tudo pão.

- Pois é... manda.

To indo nerdar ali na Exposição de Star Wars (e esperando pra ver se rola o show gratuito do Bob Dylan no domingo).

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