segunda-feira, 22 de junho de 2009

Back to the Future

Existem alguns filmes que foram feitos entre mil novecentos e lá vai bolinha e segundos minguados de dois mil e pouco, mas que inquestionavelmente parecem ser de algum estranho ano que ainda está por vir ou mesmo de algum lugar que jamais imaginamos existir. As Harmonias de Werckmeister - sua fotografia em preto e branco, seus planos intermináveis, sua baleia no meio da praça de algum vilarejo húngaro - é um deles.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Béla Tarr no Cineclube Dissenso!

Caros,

neste sábado (20), às 14h, daremos continuidade as atividades do Cineclube Dissenso em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Para quem ainda não teve a oportunidade de participar de uma das sessões anteriores, a ideia é sempre apresentar obras raras, de difícil acesso e ausente do circuito exibidor, criando mais uma opção aos amantes do cinema na cidade. Contemplaremos dessa vez uma das peças-chave do cinema europeu contemporâneo: o cineasta húngaro Béla Tarr. Conhecido pela lendária obra-prima de sete horas e meia Satantango (1994), Béla Tarr tem nos apresentado nas últimas décadas um universo cinematográfico extremamente pessoal e desafiador. A sessão contará com a exibição de um de seus filmes mais recentes, As Harmonias de Werckmeister (2000), um misterioso retrato de uma pequena cidade do interior da Hungria transformada com a chegada de uma baleia gigante empalhada.

Dissenso - O Cineclube Dissenso surgiu a partir da criação do Blog Dissenso (www.dissenso.wordpress.com), parte do projeto de conclusão de curso de um de seus integrantes. A intenção era discutir a crítica cinematográfica e estimular um ambiente de debate cinéfilo, permeado pela coexistência de distintos discursos. O que começou como reuniões despretensiosas entre cinéfilos, tomou proporções maiores e se firmou como um novo espaço cineclubista entre estudantes de diversos cursos da UFPE.

A única premissa compartilhada internamente era a de que as obras escolhidas tivessem algum caráter provocativo, não fossem facilmente encontradas em qualquer prateleira de locadora e, de preferência, não possuíssem comercialização oficial no país. Formou-se assim o cineclube, que em quase um ano de existência assumiu uma clara preferência por projetos estéticos incomuns e diversos, em ciclos marcados pelas diferentes referências e repertórios cinematográficos de seus integrantes, em uma curadoria colaborativa que agrega vozes e olhares dissonantes.

SERVIÇO:

As Harmonias de Werckmeister (Béla Tarr, 2000, Hungria)

Sábado, 20 de junho, às 14h

Cinema da Fundação

Entrada Franca

Mais informações:

Rodrigo Almeida - 91684304

terça-feira, 16 de junho de 2009

Jogatina Sentimental

Nunca podemos recuperar totalmente o que foi esquecido. E talvez seja bom assim. O choque do resgate do passado seria tão destrutivo que, no exato momento, forçosamente deixaríamos de compreender nossa saudade. Mas é por isso que a compreendemos, e tanto melhor, quanto mais profundo jaz em nós o esquecido.

Walter Benjamin, Rua de Mão Única, P. 104/105

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Troquem as cornetas!

Alguém podia avisar aos torcedores lá da África do Sul que esse barulho de abelha zunindo nos jogos da Copa das Confederações é insuportável?

Agradecido.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

crises antecipadas de meia-idade

Tenho medo que envelhecer seja a substituição do deslumbramento pelo conhecimento.

Contando

Eu sempre achei que a melhor maneira de medir o amor fosse a saudade e que a saudade vinha da simples vontade de compartilhar uma faísca de mundo com alguém. Às vezes vontade incontrolável, dependência assumida, simbiose desconcertante. É como se a vivência só se tornasse completa, por mais extraordinário que fosse o momento, ao contarmos, quase como revivendo, uma bela historia em um ouvido amigo. Só que quando a saudade acaba, o amor acaba, as histórias somem, novos ouvidos se erguem no ar e, depois de um tempo, começa tudo de novo. O melhor é que podemos voltar a contar as velhas histórias como novas. Não quero falar, por ora, das mágoas, um dia elas chegam, mas não agora e vou acabar o post pela metade ou isso pode ser musicado um dia e parar num voz e violão por aí.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mais dissenso!


Seguindo a parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o Cineclube Dissenso realiza neste sábado (13), às 14h, mais uma sessão de filmes seguida por debate aberto ao público. Com entrada gratuita, a sessão contará com a exibição dos filmes Ako (1965), média-metragem representante do que se convencionou chamar de nouvelle vague japonesa e Otoshiana (1962), produções de Hiroshi Teshigahara (1927-2001). Otoshiana marca a trajetória cinematográfica de Teshigahara por ser sua primeira parceria firmada com o escritor/roteirista Kobo Abe, com quem viria a desenvolver A Mulher das Dunas, filme já exibido no Cineclube e considerado a obra-prima do diretor japonês.

A ideia, que é sempre apresentar obras raras, de difícil acesso e ausente do circuito exibidor, contempla dessa vez esse mestre do cinema oriental ainda pouco conhecido por aqui. Teshigahara se distingue na cinematografia japonesa como uma voz que soube, como poucas, aliar suas intenções estéticas com uma preocupação social que refletisse as condições da população de seu país, importando-se com a manutenção da identidade individual.

Dissenso - O Cineclube Dissenso surge a partir da criação do Blog Dissenso (www.dissenso.wordpress.com), parte do projeto de conclusão de curso de um de seus integrantes. A intenção era discutir a crítica cinematográfica e estimular um ambiente de debate cinéfilo, permeado pela coexistência de distintos discursos. O que começou como reuniões despretensiosas entre cinéfilos, tomou proporções maiores e se firmou como um novo espaço cineclubista entre estudantes de diversos cursos da UFPE.

A única premissa compartilhada internamente era a de que as obras escolhidas tivessem algum caráter provocativo, não fossem facilmente encontradas em qualquer prateleira de locadora e, de preferência, não possuíssem comercialização oficial no país. Formou-se assim o cineclube, que em quase um ano de existência assumiu uma clara preferência por projetos estéticos incomuns e diversos, em ciclos marcados pelas diferentes referências e repertórios cinematográficos de seus integrantes, em uma curadoria colaborativa que agrega vozes e olhares dissonantes.

SERVIÇO:

Ako (Hiroshi Teshigahara, 1965, Japão)

Otoshiana (Hiroshi Teshigahara, 1962, Japão)

Sábado, 13 de junho, às 14h

Cinema da Fundação

Entrada Franca

Mais informações:

Rodrigo Almeida

9168-4304

terça-feira, 9 de junho de 2009

Ovelhas Negras

É sempre bom admitir nossos próprios clichês. A gente tenta desviar uma, duas, quinze vezes, mas nem sempre dá para fugir deles apenas na mandinga. Os clichês são espertos e grudam - quase como óleo quente saído de uma panela de batata frita. Daí chega uma hora que é melhor sentar, relaxar o pescoço endurecido e colocá-los, aos pares, em cima da mesa. É incrível como sempre surto nos sonhos quando resolvo dormir lendo Caio Fernando Abreu. Depois acordo, sinto que se ele não existisse, eu poderia ter alguma relevância e curar metade dos meus problemas estima. Não fico triste. Pelo contrário. Ele me enche de vida noturna como se minhas vísceras pulsassem, algo parecido com o que me aconteceu quando estava lendo Secreções, excreções e desatinos, do Rubem Fonseca. Minhas noites tranquilas na cama mais pareciam noitadas loucas na Augusta.

Festas

A pior parte de estar em uma festa onde você é o eixo que une os diferentes grupos, não vou falar do lado bom, não quero me perder no inumerável, é que quando morga a tal festa e chega a hora de decidir o destino seguinte, cada um dos grupos defende sua sugestão a ferro e fogo, usa de toda chantagem emocional cabível, lembra daquelas promessas de maio e o eixo, ou você, se sente como um corpo esquartejado que não foi cortado em pedaços suficientemente pequenos.

Dessa maneira os canos terminam entupidos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Eu quero mais é release!


Neste sábado (06), às 14h, tem início as atividades do Cineclube Dissenso em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). As sessões, com entrada gratuita, serão realizadas semanalmente no Cinema da Fundação e seguidas por debate aberto ao público. A ideia é sempre apresentar obras raras, de difícil acesso e ausente do circuito exibidor, criando mais uma opção aos amantes do cinema na cidade.

Em sua primeira semana, serão exibidos o curta Esse Filme Deve Ser Visto no Cinema, do pernambucano Chico Lacerda, e Benny´s Video, do diretor austríaco Michael Haneke, ganhador da Palma de Ouro do Festival de Cannes esse ano e se tratando de Haneke é melhor não cairmos na sinopse para não estragar a surpresa.

Dissenso - O Cineclube Dissenso surge a partir da criação do Blog Dissenso (www.dissenso.wordpress.com), parte do projeto de conclusão de curso de um de seus integrantes. A intenção era discutir a crítica cinematográfica e estimular um ambiente de debate cinéfilo, permeado pela coexistência de distintos discursos. O que começou como reuniões despretensiosas entre cinéfilos, tomou proporções maiores e se firmou como um novo espaço cineclubista entre estudantes de diversos cursos da UFPE.

A única premissa compartilhada internamente era a de que as obras escolhidas tivessem algum caráter provocativo, não fossem facilmente encontradas em qualquer prateleira de locadora e, de preferência, não possuíssem comercialização oficial no país. Formou-se assim o cineclube, que em quase um ano de existência assumiu uma clara preferência por projetos estéticos incomuns e diversos, em ciclos marcados pelas diferentes referências e repertórios cinematográficos de seus integrantes, em uma curadoria colaborativa que agrega vozes e olhares dissonantes.

SERVIÇO:

Benny´s Video (Michael Haneke, 1992, Áustria)

Este Filme Tem Que Ser Visto no Cinema (Chico Lacerda, 2009, Brasil)

Sábado, 06 de junho, às 14h

Cinema da Fundação

Entrada Franca


Mais informações:

Rodrigo Almeida - 9168-4304
dissenso@gmail.com

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O único problema de amigos de mundos diferentes namorarem é que sempre um amigo termina devorando o outro na relação de amizade com você, de forma que, no final das contas, só resta um amigo pra contar história. É inevitável, fazer o que?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

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E falando em bancos, não a toa estas empresas são sempre as primeiras a associarem suas ações e sua marca com o discurso emergencial que domina e sensacionaliza os corações e mentes ao redor do planeta. Pode notar como todos vão nessa mesma linha, como isso acontece em nível transnacional e como tem o intuito de colocar o banco em consonância com as supostas demandas urgentes da humanidade. Se o assunto que domina é o aquecimento global, o banco é o banco que protege o planeta, que a cada conta aberta, planta uma árvore e que luta mais que o greenpeace pela proteção das baleias. Se o assunto é a crise econômica, aí se torna o banco que vai dar sustentabilidade financeira ao longo da sua vida, o banco que tem planejamento, o banco que quando tudo - inclusive os bancos - falirem, vai continuar ali do seu lado, firme e forte segurando a sua mão.

Pior que eu admiro essa perspicácia de terceira.