sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

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movimento rápido dos olhos,
gatas brincando de pega-pega,
barulho de unhas no taco,
poucos carros na rua.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Agradecimentos

Num mundo difuso como o nosso, em que as influências grudam ao corpo pelos caminhos mais tortuosos, gerando camadas sobrepostas, mundo em que os visitantes transformam nossas vidas sem nos darmos conta de sequer termos deixado a porta aberta, fica cada vez mais difícil congregar todos os que mereceriam um agradecimento de honra por terem contribuído, mesmo a distância e pelos meios mais diversos, no desabrochar de um processo criativo. Se começasse pelo autor do livro que me despertou ao desejo da leitura, pelo diretor que me fez levar o cinema a sério ou por uma conversa recente que terminou em inúmeros insights, demoraria mais páginas que as atuais até me sentir satisfeito com uma primeira versão. Portanto, assumo a impossibilidade do agradecimento pontual ao mundo de referências que me compõe e, nesse caso, me deixo guiar pelo lugar comum seguindo o protocolo de praxe.

Como não poderia deixar de ser, agradeço primeiramente a minha família: aos meus irmãos pela capacidade de renovação da convivência entre as brigas e as pazes e as minhas sobrinhas e sobrinhos – tenho cinco deles, de diferentes idades – por me mostrarem o transcorrer do tempo de maneira peculiar e simultânea. Antes, entretanto, agradeço com especial devoção a minha mãe, pois desde que sonhei que ela era a Sophia Loren e o meu pai não o Marcelo Mastroianni, e todo um complexo de Édipo ficou claro, aprendo diariamente a diferenciar os instantes que pedem sobriedade e punho firme dos que não sobreviveriam sem uma boa dose de ironia. Aliás, a sede pelo conhecimento que direciona meus passos e quedas possui uma profunda culpa materna.

No campo acadêmico, agradeço primeiramente ao CNPQ pela bolsa e ao PPGCOM, a Isaltina, Zé Carlos, Lucy e Cláudia por serem sempre tão prestativos na luta diária contra a burocracia. Agradeço aos amigos de mestrado: Cecília, Diego, João, Kywza, Fred, Fábio, Heron, Rodrigo e aos professores Felipe Trotta, que durante a banca de qualificação fez observações preciosas, Maria do Carmo Nino, Paulo Cunha, Nina Velasco e Maria Eduarda (PPGS). A Ângela Prysthon, agradeço especialmente por ter me acolhido como seu orientando, quando, sem rumo epistemológico algum, estava prestes a desistir do mestrado. Além disso, devo um muitíssimo obrigado por todo apoio na pesquisa, no Cineclube Dissenso e por, durante esse tempo, termos superado a dura distância entre orientando e orientadora, nos tornando bons confidentes.

Falando em confidentes, amigos, antes de qualquer outro serei eternamente grato a bem cultivada amizade de Felipe Azevedo, não só pelas infâmias e risadas matinais que amenizam o peso do cotidiano, mas especialmente pela perspicácia e maturidade que fez deste rapaz um companheiro intelectual, daqueles cuja ausência só poderá vir acompanhada de um imenso saudosismo. Agradeço igualmente a Gabriela Monteiro, por além de ser a maior leitora dentre os leitores, ser também uma pessoa com quem tenho espaço não só para conversar sobre qualquer assunto ou dilema, mas para entender e ser entendido mesmo que as palavras sejam ditas / escritas em ordens completamente arbitrárias.

Agradeço aos meninos do Cineclube Dissenso, afinal sem eles a iniciativa não vingaria como vingou, o aprendizado contínuo seria falho e consequentemente este trabalho seria outro: aos que me acompanham desde o inicio do processo, André Antônio, Hermano Callou, Fernando Mendonça e Luís Fernando Moura; aos que, por um motivo ou outro, saíram do grupo, mas que continuam em diálogo: Fábio Leal, João Lucas e Guilherme Carrera. Agradeço, por fim, aos que entraram depois, Pedro Neves, Tiago Correa e Paulo Faltay. A este último devo um agradecimento especial, afinal de contas existem amizades confortáveis que nunca deixam nossos pensamentos íntimos se firmarem como solitários por mais absurdos que pareçam: Faltay, nesse sentido, é o maior dos companheiros.

Aproveito aqui para agradecer a todos agregados do cineclube e a todos que apoiaram a pesquisa, destacando Chico Lacerda por me acompanhar e auxiliar nas entrevistas, Marcelo Pedroso, Leo Sette, Luiz Joaquim, Alexandre Figueirôa, Hugo Caldas e Marcelo Gomes por concederem entrevistas; agradeço a Mateus Cabeça-de-ovo, Gerárd ‘que nem o Depardieu’ pela participação ativa no cineclube e a Osvaldo Neto, Hugo Viana, Mateus Cartaxo, Salomão Santana, Pedro Lira pelas sugestões e discussões na área curatorial. Devo um agradecimento a todos que trabalham no Cinema da Fundação pela acolhida e apoio incondicional: novamente Luiz Joaquim, Kleber Mendonça Filho, Vera, Joselito e João. Agradeço também o apoio estratégico dado pelo Café Castigliani por, aos sábados, abrir mais cedo, afinal com tantos filmes lentos, com o horário perto do almoço e às vezes com ressaca, seria impossível aguentar algumas das sessões até o fim sem boas xícaras de café.

Por fim, gostaria de agradecer a minha gata, Tristeza, por ronronar ao meu lado nas solitárias noites de escrita e lembrar alguns amigos que apesar de não terem influenciado diretamente no desenvolvimento deste trabalho, sempre merecerão um agradecimento em minha vida: são eles Lellye, Cybele, Mário, Sofia, Juliana, Lua, Carol, Rafael, Hugo, Milena, Maíra, Isabel, Izabel, Flávia, Julya, Igor, Marco, Rafaela e Renata.